Arquivo do mês: setembro 2011

Às vezes tenho idéias felizes,
Idéias subitamente felizes, em idéias
E nas palavras em que naturalmente se despegam…
Depois de escrever, leio…

Por que escrevi isto?
Onde fui buscar isto?
De onde me veio isto? Isto é melhor do que eu…

Seremos nós neste mundo apenas canetas com tinta
Com que alguém escreve a valer o que nós aqui traçamos?…

Álvaro de Campos

Via Obscured By Clouds




Sempre contigo

Pela manhã, ela acordou cedo. Bem cedo! Só que por sua surpresa, não estava de mal-humorada. Não estava com mau humor a muito tempo, devo acrescentar. Mas… Por quê? Qual era o motivo dessa onda de paz que a consumia? Bom, o motivo estava estampado na face dela. E quando digo face, falo no sentido literal. Boca, olhos, nariz, sobrancelhas e em seus dentes que insistiam em aparecer com um sorriso jocoso. Sua boca estava com lábios mais macios, sinal de muita manteiga de cacau ou de… Beijos. Seus olhos brilhavam mais que a Lua refletida a luz do Sol. Seu nariz demonstrava um alívio ao respirar. Suas sobrancelhas sorriam e seus dentes… Ah, seus dentes! Faziam parte do sorriso mais lindo já visto. Era de encantar qualquer um, mas azarados, os outros, não tinham a mínima chance. Ela já estava enfeitiçada por aquele menino que não saía de seus sonhos. E aquela poção já havia envolvido-a tão ferozmente e tanto que a cada batida de seu coração ela escutava o nome dele. Isso parece muito cansativo, eu sei, mas ela já havia se acostumado em ouvir o nome dele até no ar, e aquilo a deixava maravilhosamente bem. E naquela manhã algo aconteceu. Ela havia acabado de sair do banho quando alguém tocou a campanhia. Ela olhou pelo olho mágico e seu coração acelerou e parou ao mesmo tempo. Demorou alguns segundos para se recuperar e, cautelosamente, abriu a porta, ainda sem acreditar no que viu pelo olho mágico. Era ele! Ela então surtou de vez! Porém ainda era controlada por parte de seus extintos educados e disse: “Olá!”, quase gaguejando. Então ele lhe respondeu: “Oi. Olha, eu não sei o que aconteceu esta manhã, mas acordei com o seu gosto e a lembrança do seu rosto em minha mente. E eu não vou dizer que o tempo não parou naquele momento, eu espero por você desde a hora que eu acordei e isso se tornou uma eternidade para mim. E agora eu lhe peço que simplesmente me abrace, porém eu tenho que ir, só queria que soubesse que eu estarei sempre contigo e a cada manhã que eu acordar com você em mim, eu te amarei mais.”, ele encerrou lhe dando um beijo na testa e então, partiu. Porém, nenhuma de suas palavras partiram juntamente a ele. Elas ecoram e se propagaram por sua mente, e tudo que ela conseguiu fazer foi acordar daquele sonho com seu amado. Mesmo sendo um sonho aquela foi a melhor memória de sua vida. Mas o sonho foi só mais um dos milhares que a faziam acordar cedo e ficar o dia inteiro sendo consumida por aquela onda de paz.

Não filmei seus sonhos, mas gravei você nos meus. Eu te amo.

(via queimedepoisdeler)


❝ QUERO PODER FECHAR MEUS OLHOS E IMAGINAR ALGUÉM. E PODER TER A ABSOLUTA CERTEZA DE QUE ESSE ALGUÉM, TAMBÉM PENSA EM MIM QUANDO FECHA OS OLHOS, QUE FAÇO FALTA QUANDO NÃO ESTOU POR PERTO. ❞

Mário Quintana.



“Como a maioria dos sofrimentos, esse começou com uma aparente felicidade.”

Markus Zusak.


Tantas palavras ditas e escritas, direcionadas à ti. Uns dias expressavam felicidade, imensa alegria; mas hoje, eu não sei mais. As cartas, os planos, o amor, tudo jogado pelos ares. Voaram, caíram; foram sapateados, amassados, até rasgados. Para ti nada mais tens valor. Para mim, guardo cada migalha, cada pedaço, dos sonhos, cartas, e lembranças, como um tesouro. O meu tesouro; o qual, quando eras inteiro, tinha valor à ti, e à mim. Hoje, só em pedaços, só tens importância, para mim. O que houve… O imperfeito não lhe agrada? Não lhe contentava? Tudo o que eu fazia, dizia, e sentia, não constava? Sinto… Ainda sinto. A dor, a saudade, vem martelando aqui no peito; dilacerando-o, maltratando-o. E tu, aonde foste? Aonde estás? Tens como companhia a felicidade, a tristeza ou a saudade? Diga-me… Por que jogaste tudo fora? Tudo isso, que vivemos, foi em vão? As perguntas atormentam em minha mente; tenho medo das respostas, as quais tu podes dar-me. Espero que este sorriso, que esboça no rosto, seja verdadeiro; não como o meu, que és imbuído de tristeza, mágoas, saudades. Insípido, falso. Quiçá, para ti o ocorrido foi o melhor. Quiçá, eu não lhe faço falta. Quiçá… Ao menos lembre-se, ao menos saibas, que para mim, a saudade ainda martela. A tua falta ainda atormenta-me. Repare em meus olhos, transbordam agonia, ao te olhar. Olhar, e não poder dirigir-lhe uma palavra. Mas, cuide bem do teu coração; o meu vai remendando-se, como de costume. Band-aids, retalhos, costuras. Cicatrizes.

 (desastre mental)


A lembrança das vezes que dançamos juntos…

H.Sousa


Equilibrava-se num sapato, salto alto, num tom rosa claro; menina que desejavas ser mulher. O cabelo que vivia desengrenhado, tornou-se em uma escultura, maravilhosa. Vestiu o mais belo dos vestidos; eliminou o estilo de moleca ao qual seguia. Tornou-se mulher, ou, menina mulher. A alma ressurgia do abismo; o sorriso insípido tornava-se exuberante, apaixonante. Pensava que o coração de uma mulher era mais forte, resistente, inquebrável. Pensava errado, pois perdeu seu coração tão rápido quanto pestanejava; quem pegou-o não cuidou. Maltratou, sacaneou, machucou, rasgou, deixando-o aos pedaços, dilacerado. Numa noite serena, com a lua encoberta pelas nuvens carregadas, desejou voltar à infância; alma boa e cintilante, alegre e ardente. Com o coração vermelho límpido, nas melhores das condições. Mas agora já eras mulher, encantadora, mas inquieta, amargurada. Alma perdida, obscura. Perdia-se nas lembranças da infância, desejavas voltar para tal época. Desejavas, mas sabia que isso eras tão impossível como poder arranjar azas e voar para a lua; tua eterna paixão.


Tantos indo e vindo…

"O mundo é mágico.  As pessoas não morrem, ficam encantadas." João Guimarães Rosa


AINDA SOU VIRGEM (via William Barter)

AINDA SOU VIRGEM Para a maioria das pessoas, perder a virgindade é o encontro do sexo. Uma vez experimentado o intercurso, foi embora a “inocência”. A menina vira mulher, o garoto um homem. Depois disso, o retorno ao estado original torna-se impossível. Uma vez perdida a virgindade, muda-se de nível. Tudo aquilo que povoa o imaginário infantil, naquelas tórridas noites de fantasias, será consumado, para perseguir a mente como uma das lembranças mais emblemáticas … Read More

via William Barter